Quanto mais alto, mais eu!
Voar, voar, subir, subir... Este é o trecho de uma musica muito famosa e
gostos à parte, uma musica também muito bonita. Não sei quanto a você, mas
eu particularmente, ainda nos tempos de criança, quando ouvia esta canção,
tinha vontade de realmente voar, fechava os olhos e imaginava-me subindo,
subindo!
Poesia a parte, fato é que a vida se vive acordado, de olhos bem abertos
para algumas coisas e fechados apenas para algumas outras. Voar, voar,
subir, subir, voar para alcançar os sonhos, alcançar um lugar na sala de
aula, voar sobre os livros, sobre os desafios, sobre o abismo das
desilusões, subir de turma, de posto, de cargo, de grau, subir, subir...
O desejo de subir é absolutamente parte da vida de um ser humano, queremos
ser o primeiro desde a corrida ao útero. Quando buscamos o primeiro lugar,
ser o melhor, o numero 1, o mais bem visto e quisto e ao obtermos tal
posição, temos a oportunidade única de vermos nós mesmos, somos capazes de
ser o vencedor, mas muito mais que isso, somos capazes de vermos o vencedor
mais de perto, de dentro, mas erramos quando somos primeiro lugar, porque o
primeiro lugar nega-se a olhar nos olhos do primeiro lugar, já quando somos
segundo, somos praticamente obrigados a olhar para o primeiro lugar,
cumprimenta-lo, abraça-lo no pódio, nem que seja apenas para a foto.
Olhando para o primeiro lugar, sendo o segundo, buscamos ver onde ele
acertou, onde trabalhou mais que nós para obter tamanho sucesso, usamos seus
métodos e treinamentos, para basearmos como serão os nossos daqui em diante.
Quanto mais alto, mais somos nós mesmos, maridos que enriquecem e abandonam
o lar, esposas que fazem o mesmo, jogadores que ignoram suas famílias, suas
origens, comemoram gols sozinhos, com gestos e palavras de auto afirmação,
atores que se consagram e não dão mais entrevistas, reis que ignoram
províncias menores, lideres que mantém distancia dos seus liderados.
Estar em primeiro, na condição de primeiro, traz exposição, exposição para a
torcida, os amigos, a família, a mídia, etc., mas se pararmos para analisar
as vezes que chegamos a primeiro, se formos sinceros, veremos que por muitas
vezes mudamos de atitudes quando estivemos na condição de primeiro, às vezes
o simples fato de sermos o cliente, tratamos mal o garçom!
Ser o numero um mostra aos outros quem você não é, mas mostra a você quem
você é!
O numero um pode ser muito aplaudido por uma serie de pessoas que não o
conhecem, mas ele pode ser vaiado por uma única pessoa, aquela que conhece o
coração dele.
Os grandes homens são aqueles que quando sobre o mais alto monte, sintam-se
a vontade como nos campos, quando na mais honrosa vitória, busque o que se
pode melhorar para sofrer menos perdas.
Ser grande é uma questão de coração, não de posição, talvez seja por isso
que muitos destes grandes homens tenham vivido com plebeus, tenham andado em
meio aos necessitados, tenha lutado por outros ao invés de si, talvez seja
por essas razoes que muitos deles estão abaixo de nós e em suas faixas de
campeões esteja escrito: “aqui jaz...”.
Os grandes entendem que estar no topo é questão de merecimento e não de
pertencimento, pois entendem que embora estejam ali, pertencem ao povo,
sabem de onde vieram e principalmente para onde vão, fazendo com que outros
os sigam, sendo capazes de perder para que outros ganhassem, quanto mais
altos, mais desciam para buscar outros, quanto mais deles mesmos, mais se
davam, perto fazendo-se longe, fortes chorando com os fracos, fracos
bradando com os fortes, ausentes perceptíveis por todos, presentes
imperceptíveis.
Hoje podemos dizer que mais um homem entra na galeria dos grandes, capaz de
abrir mão de suas razoes e emoções, descendo para que outros subissem,
quando o condutor é conduzido ao altar, participante que assiste, quando o
ator principal está na platéia, quando o jogador chora do banco, seguindo os
passos do amor, sendo amado do amado!
Pastor Carlos e sou do meu amado, o líder e os liderados, o amor e os
amados, a diversidade cruzando com a unidade, o ser ao invés do ter.
Quando as emoções se cruzam no campo de batalha, por certo haverá morte, mas
quando os vitoriosos são derrotados pelo dom supremo, a noite vira dia, o
vale se torna em mananciais, a morte se rende a vida, os homens se tornam
meninos, as mãos se tocam, os rostos brilham, as lágrimas mudam o sentido!
No dia 23 de novembro de 2008, o teu brilho brilhou em nós, fazendo-nos
caminhar seguros em tua direção, sabendo que em teu coração sempre existiu
um caminho sobre modo excelente, o caminho do amor, o caminho da fonte de
vida, nos fazendo te querer mais, nos fazendo te ver mais, te ver na moldura
mais importante na face da terra: o outro, o outro Carlos, o outro
Alexandre, a outra Patrícia o outro Rodrigo, a outra Carol, o outro Roger, a
outra Nadjane , o outro Ronaldo, o outro Pedro, o outro Alexandre, o outro
Luciano, a outra Letícia, afim de sermos um, como tu e o pai o são,
fanzendo-os ver que tu estás de fato,em nós, portanto:
“Sou do meu amado e ele é nosso!”
Por: Luciano Pierre
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
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