Eu os declaro...
Quem não fica ansioso em um casamento para ver a noiva, a ornamentação, as músicas que tocarão, a entrada das alianças, os padrinhos, as crianças e o beijo? Ficamos muito com o clima que envolve um casamento.
Há vários tipos de casamento: espíritas, budistas, evangélicos, católicos, indianos, etc. cada um com suas tradições, costumes, rituais, mas com certeza a frase mais esperada, seja ele do tipo que for, é a: eu os declaro marido e mulher, parece que só depois de dito isto é que os noivos são realmente unidos. Mas será que os jovens desejam ouvir esta frase ou acham que casamento é uma idéia falida e do passado?
Em uma pesquisa feita entre jovens entre 18 e 30 anos, em que se perguntava o que eles pensavam delas e elas deles, o que se destacava era o fato de que eles mantinham o desejo de ouvirem esta celebre frase, porem era evidente a preocupação com os desencontros da vida moderna e as incompatibilidades de gênios. Mas o que seria mais fácil passar alguns anos da vida compatibilizando os gênios ou ávida toda na solidão?
Talvez seja mais fácil tirar a roupa do que a mascara. Para alguns dormir uma noite e depois nunca mais ver, é mais fácil do que ter que sentar e resolver dificuldades, acordar no dia seguinte e encarar a pessoa a quem jurou amor e pedir perdão, para estes resta à frase: “eu os declaro sim”, mas eu os declaro culpados, culpados por haver tantas gravidez inesperadas, por haver tantos abortos, haver tantos divórcios, pelo aumento do índice de contaminação da AIDS, pelo aumento de outras doenças sexualmente transmissíveis, etc.
Ser jovem num mundo tão capitalista, consumista, desigual, preconceituoso, rebelde, incentivador da imoralidade, da corrupção, da teoria do eu primeiro, com certeza não é nada fácil e muitos se entregam a esse falsos prazeres, buscando tapar o vazio da solidão que os consome por dentro.
Por outro lado, há os que apesar de todas as dificuldades e conselhos contrários, sonham em chegar ao altar, mantendo assim nos corações dos familiares e amigos chegados, a ansiedade de ver não só a noiva, mas sim a formação de uma família forte, arrancando não só deles, mas também da sociedade um belo, “eu os declaro”, pacientes, perseverantes, exemplos para muitos, por segurem e ir ate o altar. Só que chegar ate o altar não é uma coisa tão difícil, as pessoas desvalorizam as coisas, deturpam e derrubam conceitos, casam-se e descasam-se, abandonam filhos, deixam seus lares, matam fetos indefesos, se entregam por dinheiro, casam-se para serem felizes e não para fazer o outro feliz, esquece-se que existe dia das mães e dia dos pais, que mãe é uma só, mas ninguém faz um filho com dois homens, que a reunião é de pais.
A necessidade maior não é de chegar ao altar e sim a de valorizar o ser ao invés do ter, de se enxergar alem do Nike, do Puma, das roupas de grife, do belo corpo, sabendo que ele um dia se enrugará, além da carteira cheia, que não pode comprar paternidade, dignidade, amor. “Assim não importaria tanto ouvir: “eu os declaro marido e mulher”, mas sim em cumpri uma outra frase que tem passado tão despercebido, a que diz:” até que a morte os separe”, já que uns se orgulham tanto em dizer que possuem três, quatro, até cinco casamentos, caberia então se encerrar uma cerimônia seja ela de qual religião for com:” eu os declaro marido e mulher, até que a morte os separe” e não a incompatibilidade de gênios, as dificuldades financeiras, os diferentes hábitos, falta de compreensão, o desrespeito, as agendas incompatíveis, stress no trabalho, a sogra, os amigos, as drogas, a grosseria, etc. prometem?! Se sim, pode beijar a noiva!
Luciano Pierre dos Santos
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
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