sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O IMPOSTOR DENTRO DE NÓS!

O impostor dentro de nós!

A palavra impostor, por si só já é um tanto pesada, falar de impostor é uma conversa pesada, pois quando falamos: “olha”! “Aquele é um impostor, já vai o impostor, você é um impostor”, lembramo-nos sempre de alguém que é capaz de forjar situações, de forma que esta pessoa leve vantagem, saia de forma mais desonesta possível, com algo que represente a parte boa que poderíamos obter!

O impostor dentro de nós, leva o que por direito é nosso, fazendo o uso da força, mas ás vezes sem precisar!

Ao acordarmos dificilmente o vemos, quando deitamos, muito menos, mas o fato é que ele está lá, sempre esteve e se houvesse possibilidade de perguntarmos à pessoa que se apresenta no espelho pelas manhãs, ou ao que se apresenta no espelho, minutos antes de dormir, eles poderiam ser mais sinceros na resposta, nos diriam realmente quem ou o que vêem!

Por meses e anos, podemos trancá-lo no quarto dos fundos, mas, contudo isto, ele não é de forma alguma impedido de continuar levando coisas, preciosidades dadas a nós!

Ao longo dos anos vamos deixando que elas se vão e muitas vezes sem ao menos perceber que se foram, simplesmente quando nos damos conta, elas já se foram, o amor à mãe, ao pai, o respeito, os ensinamentos, o cuidado com irmãos mais novos, a dedicação no serviço, os sonhos, os amigos, a família, a vida.

Perdemos desde um simples conselho, até a própria vida, pois quando ele nos rouba a direção certa, seguimos por caminhos de morte. Ele não põe uma arma em nossas cabeças, talvez por não ser preciso, não nos ameaça, nem pressiona, ele simplesmente empenha-se em manter seu direito de ir e vir, conseguindo caminhar livremente pelos corredores da alma, entrando e saindo pelas portas das emoções, pisando no tapete da razão, olhando pela janela da decisão, certo de que raramente será parado, lhe pedirão documentos ou credenciais para estar ali.

O impostor dentro de nós se coloca nos olhos, nos fazendo ver as coisas do jeito que elas não são, destaca os defeitos, expõe os erros alheios, brilha pela oportunidade de levar vantagem em tudo, nos mostra a vida, a vida que quer que vejamos. Ele se coloca nos ouvidos, os fecha quando quer, os abre demais também, determina o que entra e o que sai, direciona algumas coisas que entram imediatamente á porta dos fundos, substitui palavras, dá uma “cara” nova a elas e as diz que será melhor para elas entrarem desta forma, se ocupando em deixar a casa vazia, alegando que será melhor para futuros hospedes. Ele fala o que quer, quando quer e como quer, o impostor gosta de ficar neste cômodo da casa, ele canta, canta e o mal explana, fala baixinho, grita bem alto, o impostor se sente orador, há momentos em que é seu momento, discursa como o mais eloqüente doutor, conta seus contos a todos os cantos, dita, não hesita, a quem quer que repita o que de sua forma, do seu jeito explica.

Ele está nos pés, nas mãos, não anda, se adianta, corre se é pra ficar, fica para não correr, não guia, desvia, não toca, não dá, não estende, não abre, aperta, desperta, se fecha, decreta.

O impostor dentro de nós se sente em casa, dentro de nós, sente-se em seu habitat natural, percebe que a escritura do nosso interior está em suas mãos, o cofre possui como segredo, a data de seu nascimento, as chaves em sua cintura e a comida nunca falta. O alimentamos, permitimos que se instale no cômodo mais precioso da casa: o coração, lá ele troca os móveis da bondade de lugar, decora com quadros de depressão, maldade, orgulho, indiferença, rebeldia, medo, inveja, ele polui bastante o ambiente, quanto mais coisas puder por, ele porá!

Perder coisas, mudar atitudes, agir de diferente forma, tudo isto é normal, há momentos que até uma reforma na casa, cai bem, mas as coisas precisam ser analisadas e se necessário, jogadas fora, porém, o que é bom deve ser retido, mas o impostor, aquele que está dentro de nós, nos saqueia, nos leva o que é bom!

Portanto, não busque o que está fora, não se preocupe em por a cabeça para fora da janela, não ponha cadeados para o mal não entrar, abra as portas para ele sair, pois o impostor está dentro de nós e tudo quanto perdermos fora, poderá ser reconquistado, mas as perdas internas, deixam vazios cofres muito preciosos. Ponha o impostor para fora, livre-se dele, não permita que um conselho, uma boa mensagem, uma idéia nova, uma pessoa, fique dentro de você por tão pouco tempo, não o permita rouba-lo nada, não o permita rouba-lo ninguém, pare com a correria da vida, apenas por um minuto, entre em casa, entre no seu eu e reflita, pois a qualquer momento ele irá passar bem aí na sua frente, seja na hora de ir a uma festa ou de sentar para ver TV, num sábado muito agitado ou numa simples manhã chuvosa de segunda-feira, ele sempre aparece, ele irá aparecer, não importa se será no meio de uma importante reunião ou numa resposta a um mendigo, não importa o dia, muito menos a hora, pois por diversas vezes ele vem de madrugada, querendo decidir que velocidade andar, que crime cometer, que hora parar, com quem dormir ou até mesmo se dormir, o fato é que ele vem e quando vier, você deve estar pronto para lhe dar ordem de prisão, olhe nos olhos dele, olhe nos seus olhos, decrete a prisão perpétua, para que enfim você seja livre, seja livre do impostor, seja livre de você!

Por Luciano Pierre, trabalhando na investigação de si mesmo!

Baseado na mensagem de Eliel Moura: o impostor dentro de nós.

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