sexta-feira, 29 de junho de 2007

OS DIFERENTES NA TERRA DOS IGUAIS!

Os diferentes na terra dos iguais

Por mais que as pessoas digam? Eu sou diferente ou eu não sou maria vai com
as outras, no final elas sempre se parecem com alguém.
Tentar ser diferente, é uma tarefa em vão, pois ser diferente não é para se
tentar ser, diferente se é.
As pessoas não são todas iguais, cada uma possui um modo de falar, de
vestir, de agir, uma identidade, mas ao longo da vida vamos nos associando a
grupos, relacionamo-nos com pessoas e nesta hora acabamos adquirindo os
costumes deste ou daquele determinado grupo.
A antropologia afirma que por mais estranho que pareçam os costumes de um
determinado grupo, devemos antes de criticá-lo, observá-lo e estuda-lo para
podermos entendê-lo. O que parece estranho para uns , para outros é super
normal, uns preferem a calça caindo, outros a preferem com um cinto, uns
querem falar eloqüentemente, outros falam quase que por dialeto, uns pedem o
corte de cabelo baixinho por igual, outros arrepiam tudo ou preferem bem
colorido, a roupa que para uns já esta estragada pelos rasgos, para outros
esta no ponto, a camisa de alguns e sempre o numero certo, a de outros, uns
dois tamanhos acima, uns usam pastas, outros mochilas rabiscadas, para uns
esta tudo jóia, para outros está show, o que para uns e belo, para outros é
“responsa”.
Mesmo com tantas diferenças, ao final somos iguais, vivemos numa terra dos
iguais, em um determinado momento acabamos nos vestindo, falando e agindo
como um determinado grupo!
Mas será que existem diferentes na terra dos iguais? a mídia prega o mesmo
para todos, prega que todos devem se vestir como a moda, comprar o que foi
lançado agora, comer a última novidade gastronômica, usar o que esta sendo
proposto, o que está sendo oferecido.
Mas mesmo com toda esta globalização, existem os diferentes e me arrisco a
afirmar que não deve ser tarefa fácil viver na terra dos iguais, quando
todos decidem ir para a direita o diferente prefere ir para a esquerda e por
mais que ele se vista de uma ou outra forma, sua diferença não está externa,
ela está
interna, ele pode ir onde todos vão, comer o que todos comem, até falar como
alguns falam, mas suas atitudes o denunciam ser um diferente!
A historia nos revela que estes sempre existiram, pois muitas coisas que
desfrutamos hoje , foram criadas por diferentes, a lista de diferentes é
farta e eclética, pessoas que ousaram fazer diferente e fizeram diferença
não só em suas vidas como na vida de pessoas.
Não deve ter sido fácil para Maria ver um filho nascer crescer e morrer,
alegando que fazia isto pelo povo, ouvir declarações de que o seu pai não
era José, ver um filho morrer pendurado na madeira, sem se casar ou se quer
deixar um filho, imaginem a mão de Bethoven vendo aquele menino jogar um
balde d' água na cabeça a cada vez que errava, como deve ter sido
aconselhado a parar com aquela loucura de voar, o jovem Santos Dumond,
enquanto todos saiam com suas namoradas, iam ao Shopping, jogavam futebol,
assistiam a filmes, peças e shows, estes e muitos outros personagens
históricos, se empenhavam em suas descobertas!
Talvez se pudessem, os diferentes viveriam em uma terra feita só para eles.
Onde ninguém acharia estranho se empenhar em uma missão e só sair dela ao
vê-la completa, seria mais fácil, fácil aliás para todos nós, viver em um
lugar onde só viessem incentivos, onde achassem tudo normal, onde ninguém se
preocupasse com o que o outro está fazendo, ninguém tentasse se meter ou
entrar no que o outro está fazendo, mas será que os diferentes seriam
felizes em uma terra sem desafios?
Os diferentes sempre existiram e continuam aparecendo nos dias de hoje ou
será que podemos chamar de igual a todos um cara que após ser menino de rua
e adotado por uma senhora, se torna um dos maiores professores e o um dos
caras que leu o maior número de livros? Como classificar igual o menino
pobre que faz mil gols? Como deixar na mesma prateleira um camelô que se
torna um dos maiores empresários do país e dono de uma emissora de TV? Será
que Bernardinho é apenas um técnico de vôlei? O que dizer do vendedor de
amendoim no sinal, que hoje tem dois funcionários registrados e chega a ter
um ganho mensal de R$10,000,00? Será que tem apenas um instinto materno, a
mulher que adotou e cuida de 46 crianças?
Este mês saiu nos jornais que o jogador Kaká declarou ter se casado virgem,
que ele e sua namorada decidiram fazer, enquanto namorados e noivos, um voto
de castidade.
Em uma sociedade que diz que está tudo liberado, que você é dono do seu
nariz e faz o que você quer, não deve ser fácil ser dono de si mesmo a ponto
de escolher fazer o contrario, mas os diferentes na terra dos iguais são
aqueles que não remam contra a maré, mas sim os que escolhem o barco e o
remo certo, se preocupando muito mais do que com a maré, se preocupando com
seu comportamento e contribuição no curso do barco! Pois quem rema contra a
maré está indo contra a linha de chegada e quem não escolhe o barco e o remo
correto, acaba se afogando como carona!
Por mais que a terra dos iguais seja um lugar difícil e perigos para os
diferentes, ambos precisam um do outro, pois o que faz os diferentes se
tornarem “grandes”, são os desafios da terra dos iguais e quando eles assim
se tornam, deixam um legado de coragem, dedicação, superação, para que os
iguais em algum momento possam escolher serem diferentes, possam entender
que é melhor tirar a mascara do que a roupa, é melhor ter horário para
chegar do que não chegar nunca mais, é melhor ter um limite de velocidade do
que atravessar o limite da vida, é melhor deixar de ser o numero um e ser
chamado quadrado e ruin, do que ser o primeiro a ter a cirrose rolando no
sangue, e tendo como boa , apenas a assistência médica recebida.
Como chamar a terra onde filhos matam seus pais, onde o apelo sexual está
até em propaganda de infantil, onde se prega: bebam todas, saiam com todas,
tenham amantes, aceitem propinas, afinal ninguém fica rico trabalhando, uma
terra onde ninguém se preocupa com o outro, onde a maior filosofia é: “pra
chorar a minha mão, que chore a sua primeiro, onde o menores que cometem
crimes , onde os idosos morrem na fila, onde um policial tem que passar
horas em locais frios e vazios, sem poder se quer dar um tiro, por faltar
balas, uma terra em que os responsáveis por defender o povo, dando-lhe
mecanismos de melhoria de vida, se preocupam apenas em encher seus bolsos,
tirando do povo, sem se quer responder por isso, andando livremente pelas
ruas, mesmo após confessarem, uma terra em que o lugar na fila, a liberdade,
a vaga no emprego e até mesmo os corpos, possuem um preço, onde a lei do:
você vale o que você tem, impera, como chamar esta terra?
Será que existe classificação para ela?
Dizem que quem faz o lugar são as pessoas, quem modifica a terra são seus
moradores, por isso podemos pensar que esta seria uma boa hora de para
analisarmos quem vive nesta terra, hora esta de procurarmos dentro de nós o
povo que conquista com braços fortes, braços capazes de acariciar alguém,
fortes o bastantes para conter o egoísmo e se empenhar em trazer a
igualdade, antes que nossos bosques percam a vida de vez e acabemos vivendo
na terra dos iguais, iguais a tudo de ruin que vemos no mundo, devemos nesta
hora deixarmos de ser caronas no barco, que apenas descruzam os braços para
remar contra a maré e passarmos a passageiros diferentes que fazem
diferença, diferença não apenas no curso da sua própria história, na
história de outros, na história da terra, não a terra de um ou de outro, mas
sim a terra natal dos que realmente fazem diferença!

Nenhum comentário: